Achei o filme uma graça!
Além de treinar o meu francês pude recordar dos tempos de criança... da ingenuidade e da pureza que tinha nessa época.
Assim como no filme, muitas coisas que ouvia quando era pequena tomavam uma dimensão gigantesca... fruto da grande e fértil imaginação que ainda preservávamos nesta fase.
Éramos uma família de classe média e, naquela época sofríamos muito com a inflação. Era comum os adultos não saberem se o dinheiro seria suficiente para o mês todo.
Meu pai era bancário. Um homem muito honesto e sempre preocupado com as contas que só aumentavam, falava, com uma boa dose se exagero: Se vocês continuarem gastando assim nós vamos ficar pobres!. Vou comprar um isopor para cada um e vamos vender pastel na rua.
Nossa... ele não imagina quantas noites eu demorava para dormir pensando em nossa situação dramática. Assim como o Nicolau, eu imaginava todo o cenário, vivenciava a situação... e até vendia uns 2 pastéis por dia...rs
Isso me faz pensar o quanto as palavras tem impacto quando somos crianças, desprovidas de julgamento, de bom senso, de maldade... aceitamos a palavra como vem... pura,,, simples e sem muitas referências...
A história do "vender pastel" e talvez um pouco de medo, me ensinou a cuidar do dinheiro, ser honesta e pensar no futuro.
Saudades do meu pai...
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